segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

A menina-luz

Se imaginarmos uma lâmpada, pensamos que lá dentro existe um mecanismo qualquer, mas não. Lá dentro está a Luísa, a menina-luz. É ela que nos dá luz todos os dias, quando carregamos no interruptor. É claro que há muitas e diversas cópias. Mas a verdadeira está em minha casa, dentro da lâmpada do meu candeeiro.
Um dia, quando estava a brincar com a minha vizinha, sem querer tropecei no cabo do candeeiro. Este caiu e queixou-se muito baixinho, para a minha amiga não o ouvir:
– Constança! Olha que a lâmpada partiu e a Luísa saiu!
– Oh não! – murmurei eu.
Discretamente, peguei nela e coloquei-a na cama da minha casa de bonecas. Cobri-a e, com o meu kit de médica, pus-lhe ligaduras nas suas rachas, dei-lhe em xarope e ela adormeceu.
Despachei um bocado a brincadeira, para ir tratar da Luísa.
Quando fiquei sozinha, a minha mãe foi ao quarto e reparou que a lâmpada estava partida. Consertou-a e colocou-a no sítio, mas a luz não acendeu. Eu sabia porquê, mas ela não sabia. Não lhe disse nada.
Durante o resto do dia e a manhã do dia seguinte fui estando muito atenta à menina-luz. No dia seguinte, ela ficou boa e voltei a colocá-la dentro da lâmpada. Desde aí, ela começou a dar uma luz ainda mais radiosa e, sempre que quer brincar comigo, pisca e eu abro a sua “casa” para nos divertirmos juntas.


Constança Costa, 5º A

Sem comentários:

Enviar um comentário