terça-feira, 6 de março de 2018

Resposta ao desafio nº 1 - "Uma vida de vidro"



Chamo-me Wasabi e sou um simples copo de vidro, transparente e pequeno. Nasci no bar “Alpendre de Bebidas Reconfortantes”, em Itália: o grande país dos italianos e das pizzas.
A minha vida é um pouco diferente, visto que só sirvo para observar e ser utilizado pelos humanos.
Na verdade, estou sempre à espera que os humanos reflitam sobre o seu comportamento, pois eles não sabem que um simples objeto de vidro como eu também tem sentimentos… Refiro-me aos momentos em que eles nos atiram com força para uma mesa e para o chão, até ao ponto de nos quebrarmos.
Tenho muito medo de ficar sozinho nos balcões e numa mesa, devido à escuridão da noite, pois sinto-me solitário.
Por outro lado, também ganho vida e adoro quando os humanos saboreiam com prazer a bebida que lhes dou, e, quando, sem darem conta, me fazem alguns gestos carinhosos.
No geral, levo uma vida simples, rodeada de outros copos amigos, pelo que não a mudaria de forma alguma. Adoro o bar onde vivo e trabalho e onde observo a vida a acontecer, de forma clara, “transparente” e objetiva .
                           
                                                                                                              Inês Costa, 7º B 





O sítio onde nasci não é grande novidade: como devem calcular, eu fui concebido numa fábrica.
Não foi propriamente fácil viver lá durante uns tempos. Claro que tinha os meus amigos, mas também os meus inimigos. Esses tinham vontade de me irritar, mas eu nunca lhes liguei. Prefiro dar atenção aos verdadeiros amigos. Foi com estes que passei por aventuras fantásticas e entusiasmantes, como, por exemplo, quando tentámos escapar para outra secção da fábrica.
No entanto, tudo tem um fim. Então, num dia chuvoso, acabei por sair do local que me viu nascer e passei a conhecer, através do vidro de uma carrinha que me transportava, a mim e a outros copos, o mundo exterior. Este não me maravilhava, preferia mil vezes a minha fábrica a este confuso planeta.
Passaram-se dias. Afinal a Terra não era assim tão má. Aliás, fascinava-me a sua natureza encantadora.
Finalmente, depois de ter sido comprado, cheguei a uma casa onde fui colocado na prateleira de um armário de madeira reluzente, com vidro opaco nas suas portas, de que eu, pessoalmente, não gostava muito, pois não me deixava observar o que se passava no exterior.
A minha maior descoberta foram os vários tipos de seres humanos, que, tal como os copos, têm diferentes tamanhos, feitios, personalidades (uns são mais frágeis que os outros). Fui acolhido por três seres muito diferentes: uma mulher, um homem e uma criança. Porém, esta, por vezes, metia-me medo, tinha sempre receio que numa das suas brincadeiras acabasse por me partir.
Já lá vão dois anos e continuo na prateleira do armário de madeira reluzente.

Carolina Pacheco, 7º B



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