Chamo-me Wasabi e sou um simples
copo de vidro, transparente e pequeno. Nasci no bar “Alpendre de Bebidas
Reconfortantes”, em Itália: o grande país dos italianos e das pizzas.
A minha vida é um pouco
diferente, visto que só sirvo para observar e ser utilizado pelos humanos.
Na verdade, estou sempre à
espera que os humanos reflitam sobre o seu comportamento, pois eles não sabem
que um simples objeto de vidro como eu também tem sentimentos… Refiro-me aos
momentos em que eles nos atiram com força para uma mesa e para o chão, até ao
ponto de nos quebrarmos.
Tenho muito medo de ficar
sozinho nos balcões e numa mesa, devido à escuridão da noite, pois sinto-me
solitário.
Por outro lado, também ganho
vida e adoro quando os humanos saboreiam com prazer a bebida que lhes dou, e,
quando, sem darem conta, me fazem alguns gestos carinhosos.
No geral, levo uma vida
simples, rodeada de outros copos amigos, pelo que não a mudaria de forma
alguma. Adoro o bar onde vivo e trabalho e onde observo a vida a acontecer, de
forma clara, “transparente” e objetiva .
Inês Costa, 7º B
O sítio onde nasci não é
grande novidade: como devem calcular, eu fui concebido numa fábrica.
Não foi propriamente fácil
viver lá durante uns tempos. Claro que tinha os meus amigos, mas também os meus
inimigos. Esses tinham vontade de me irritar, mas eu nunca lhes liguei. Prefiro
dar atenção aos verdadeiros amigos. Foi com estes que passei por aventuras
fantásticas e entusiasmantes, como, por exemplo, quando tentámos escapar para
outra secção da fábrica.
No entanto, tudo tem um fim.
Então, num dia chuvoso, acabei por sair do local que me viu nascer e passei a
conhecer, através do vidro de uma carrinha que me transportava, a mim e a outros
copos, o mundo exterior. Este não me maravilhava, preferia mil vezes a minha
fábrica a este confuso planeta.
Passaram-se dias. Afinal a
Terra não era assim tão má. Aliás, fascinava-me a sua natureza encantadora.
Finalmente, depois de ter sido
comprado, cheguei a uma casa onde fui colocado na prateleira de um armário de
madeira reluzente, com vidro opaco nas suas portas, de que eu, pessoalmente,
não gostava muito, pois não me deixava observar o que se passava no exterior.
A minha maior descoberta foram
os vários tipos de seres humanos, que, tal como os copos, têm diferentes
tamanhos, feitios, personalidades (uns são mais frágeis que os outros). Fui
acolhido por três seres muito diferentes: uma mulher, um homem e uma criança. Porém,
esta, por vezes, metia-me medo, tinha sempre receio que numa das suas
brincadeiras acabasse por me partir.
Já lá vão dois anos e continuo
na prateleira do armário de madeira reluzente.
Carolina Pacheco, 7º B
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