CRíTICA Teatro
Representação da peça Auto da
Barca do Inferno
A obra Auto da Barca do Inferno,
escrita por Gil Vicente, é um texto dramático que foi representado pela
primeira vez em 1517. Este Auto faz parte de uma trilogia composta por outras
duas peças: o Auto da Barca da Glória
e o Auto do Purgatório. Esta obra
visa criticar os vícios da sociedade lisboeta do século XVI através de
personagens-tipo.
A adaptação desta peça de teatro, a que assisti no passado dia 24 de
novembro no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, foi muito interessante e
apelativa, pois os atores interagiram muito com o público, que estava de pé ao
seu redor, o que fez com que a audiência se envolvesse mais no enredo da peça.
Gostei também do facto de não serem necessárias quaisquer pausas para a
mudança de cenário, dado que os atores transportavam consigo escadotes, que
simbolizavam as duas barcas. Este aspeto tornou a representação muito mais
rápida e fluida.
Um aspeto menos positivo é o facto de esta peça ser encenada num espaço
com muita luminosidade, o que dificultou a sua visualização.
Esta peça era interpretada por apenas cinco atores, o que me impressionou
muito, uma vez que demonstrou a sua qualidade, bem como a da companhia de
teatro.
Em suma, adorei esta representação do Auto
da Barca do Inferno, porque, em todos os aspetos, estava muito bem
conseguida. Desta forma, recomendo-a.
Crítica à representação da peça Auto
da Barca do Inferno, de Gil Vicente
João Sampaio, 9º B . 9 de dezembro de 2017
O Auto da Barca do Inferno é um
auto de moralidade, inserido na trilogia das barcas. Gil Vicente imagina um
cais, onde há uma barca, cujo arrais é um Diabo, e outra comandada por um Anjo.
Neste espaço, há um desfile de personagens-tipo, (que transportam símbolos cénicos,
representativos dos seus atos em vida), que são julgadas pelos dois arrais: os
que praticaram o mal são condenados e entram na Barca do Inferno; os que
fizeram o bem são glorificados e aceites na Barca da Glória. Deste modo, e
seguindo a máxima latina “ridendo castigat mores”, Gil Vicente pretende
criticar os costumes da sociedade quinhentista e mudar a mentalidade da
sociedade.
Mal chegámos ao Mosteiro dos Jerónimos, os atores vieram receber-nos e,
vestidos com indumentária característica da época, apresentaram-nos o
dramaturgo e o contexto desta obra. Penso que, desta forma, os alunos estiveram
mais atentos.
Também considerei curioso o facto de cada um dos arrais trazer um
escadote consigo, pois, assim, os atores circulavam no meio dos espectadores e
interagiam com eles. Consegui mesmo imaginar a corte, em 1517, a assistir a
peças de Gil Vicente.
Saliento a qualidade da representação, sobretudo, dos atores que
desempenharam o papel de Anjo, de Diabo e de Parvo, pois foram muito
expressivos e cómicos. De uma forma geral, admirei a eficácia e a rapidez
aquando da mudança de papéis, uma vez que eram poucos atores e tinham de mudar
frequentemente de roupa. No entanto, apesar destas mudanças, encarnaram na
perfeição os diferentes papéis.
Por tudo o que referi, recomendaria esta adaptação da peça Auto da Barca do Inferno a qualquer
aluno do nono ano (e até de outros níveis), porque a mesma me permitiu entender
perfeitamente a intencionalidade do Mestre. Creio que assistir a esta peça
valeu mesmo a pena.
Representação do Auto da Barca do
Inferno
Mafalda Pinto, 9º B . 10 de dezembro de 2017
O Auto da Barca do Inferno é uma
obra escrita por Gil Vicente, que tem como objetivo criticar algumas das
classes sociais do século XVI. Para tal, é utilizado um cais onde as
personagens são julgadas consoante os
comportamentos que adotaram em vida.
No dia 24 de novembro, fomos a Lisboa assistir a uma adaptação da peça Auto da Barca do Inferno, produzida pela
Ar de filmes.
Na minha opinião, esta peça foi muito bem interpretada pelos atores, pois
estes conseguiram cativar o público, utilizando o cómico e interagindo
connosco.
No que diz respeito aos aspetos técnicos, como a peça foi representada
num dos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, a luz era natural, o som era
apenas a voz dos atores e, para que nós conseguíssemos vê-los, foram utilizados
escadotes, o que achei uma ideia original, dado que estes adereços
representavam as barcas.
Por fim, considero que a peça não tinha aspetos negativos, uma vez que é
diferente de todas as outras e é tão divertida que nem nos apercebemos da
passagem do tempo.
Em suma, a meu ver, esta adaptação da peça Auto da Barca do Inferno é muito boa e recomendo-a a quem estiver a
pensar assistir a esta peça vicentina, porque depois de a vermos ficamos a
perceber melhor a obra.
http://www.ardefilmes.org/autodabarca/
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