Um dia foi a minha vez
de ir a Paris. Foi necessário um passaporte. Pediram a minha profissão. Fiquei
atrapalhado! Pensei um pouco para responder verdade e disse a verdade: Poeta!
Não aceitaram.
Também pediram o meu
estado. Fiquei atrapalhado. Pensei um pouco para responder verdade e disse a
verdade: Menino!
Também não aceitaram.
E para ter o passaporte
tive de dizer o que era necessário para ter o passaporte, isto é – uma profissão
que houvesse! e um estado que houvesse!
Almada Negreiros, Obras Completas,
Vol.I – Poesia
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