Nasci a 6 de novembro 1919, no Porto, onde passei a minha
infância. A minha mãe, Maria Amélia de Mello Breyner, era neta do Conde de
Mafra e uma leitora voraz. O meu pai, João Henrique Andresen, dedicou-se,
inicialmente, à cabotagem e, posteriormente, ao comércio de vinhos.
Aos 3 anos, contactei pela primeira vez com a poesia, pois a minha ama Laura, triste por eu não poder participar no teatro de Natal que as crianças da família preparavam para todos os convidados, ensinou-me a recitar o romance popular “A nau Catrineta”. Devo, contudo, ao meu avô, Jan Henrik Andresen, o aprofundamento desse amor pela literatura, mas devo-lhe também a criação de inúmeras memórias que viriam a povoar os meus contos infantis. O meu avô era o proprietário da Quinta do Campo Alegre, hoje, o Jardim Botânico do Porto, e eu e o meu primo, o escritor Ruben A., brincávamos nos seus jardins, tal como Joana e Manuel do espetáculo a que ides assistir. Gostava muito de ler, mas a minha mãe criticava-me sempre, dizendo que eu lia pouco. Escrevi o meu primeiro poema aos 12 anos.
Aos 3 anos, contactei pela primeira vez com a poesia, pois a minha ama Laura, triste por eu não poder participar no teatro de Natal que as crianças da família preparavam para todos os convidados, ensinou-me a recitar o romance popular “A nau Catrineta”. Devo, contudo, ao meu avô, Jan Henrik Andresen, o aprofundamento desse amor pela literatura, mas devo-lhe também a criação de inúmeras memórias que viriam a povoar os meus contos infantis. O meu avô era o proprietário da Quinta do Campo Alegre, hoje, o Jardim Botânico do Porto, e eu e o meu primo, o escritor Ruben A., brincávamos nos seus jardins, tal como Joana e Manuel do espetáculo a que ides assistir. Gostava muito de ler, mas a minha mãe criticava-me sempre, dizendo que eu lia pouco. Escrevi o meu primeiro poema aos 12 anos.
Entre 1936-1939
frequentei o curso de Filologia Clássica, na Universidade de Lisboa. Publiquei
os primeiros versos em 1940, nos Cadernos de Poesia.
Na sequência
do meu casamento com o jornalista, político e advogado, Francisco Sousa
Tavares, em 1946, passei a viver em Lisboa. Fui mãe de cinco filhos. «Comecei a
inventar histórias para crianças quando os meus filhos tiveram sarampo. Mandei
comprar alguns livros que tentei ler em voz alta. Mas não suportei a pieguice
da linguagem nem a sentimentalidade da “mensagem”: uma criança é uma criança,
não é um pateta. Atirei os livros fora e resolvi inventar. Procurei a memória
daquilo que tinha fascinado a minha própria infância. Nas minhas histórias para
crianças quase tudo é escrito a partir dos lugares da minha infância.» Além da
literatura infantil, escrevi também contos, artigos, ensaios e peças de teatro.
Em termos
cívicos, caracterizo-me por uma atitude interventiva, pois denunciei ativamente
o regime salazarista e os seus seguidores. Apoiei a candidatura do general
Humberto Delgado e fiz parte dos movimentos católicos contra o antigo regime,
tendo sido uma das subscritoras da "Carta dos 101 Católicos" contra
a guerra colonial e o apoio da Igreja Católica à política de Salazar. Após o 25
de Abril, fui eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do
Porto, numa lista do Partido Socialista.
A minha obra
está traduzida em várias línguas e foi várias vezes premiada. Recebi, entre
outros, o Prémio Camões, em 1999, e o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana
– foi a primeira vez que um português venceu este prestigiado galardão.
Faleci a 2 de
julho de 2004, em Lisboa. Dez anos depois, em 2014, foram-me concedidas honras
de Estado e os meus restos mortais foram transladados para o Panteão Nacional.
Autobiografia redigida pelas alunas Inês Adão,
Maria Brandão, Leonor Pinto, Matilde Dias, Inês Marques e Maria Figueira, do 6.ºC
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